Não devemos apostar tudo…
Como é perigoso e escorregadio “apostar todas as cartas ” em alguém ou em algo…
Por um breve tempo, temos a sensação de que a vida é plena e idealizamos a eternidade de uma felicidade irreal.
Quando alguém é tudo, toda nossa vida se move ao redor dessa pessoa. Nada mais existe e o que é pior, nem nós mesmos existimos mais. Seus desejos se tornam nossos, seus medos e preocupações passam a ser nossos, seus dias são nossas estradas diárias…
Mas, como a vida é fonte de sabedoria e não estamos aqui de férias, mais cedo ou mais tarde vivenciamos a falta e a perda do que acreditávamos ser a fonte inesgotável de nossa força.
E, agora, o que fazer?
O que era tudo, se foi… Onde existia tudo só há um grande vazio, o vazio do nada
Mas, existe uma saída: voltarmos para nós mesmo e reconstruir-nos em outras bases mais sólidas e reais.
Deixar de usar o outro como uma bengala e querer que ele ou ela preencha nossos dias com seus dias…
Conviver, de modo saudável, não é isso. É compartilhar o que temos e construímos e não sugar e se apoderar do que pertence ao outro.
Às vezes, apostamos todas as nossas cartas no trabalho, no dinheiro que ganhamos ou na imagem que os outros devem ter de nós… Dá no mesmo. Mais cedo ou mais tarde, o sol da vida real derrete a neve da fantasia e tudo se desfaz e surge como é.
Temos que sair do casino da vida antes de perder tudo por querer ganhar sempre mais. Não podemos apostar todas as cartas . A roleta promete fantasias, mas o que temos dentro de nós e o que podemos é a nossa real fortuna!