Cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis.
Este ilustre Português(Almeida Garrett), assim como tantos outros, antes e depois, fizeram ouvir a sua voz.
Passados dezenas e centenas de anos, continuamos á procura de um rumo mais justo.
Continuamos na mesma.
Submissos… com muitas diferenças sociais….
Na realidade os culpados somos nós. O POVO.
É tempo, já á muito tempo que é tempo de dizer basta.
Não podemos continuar a eleger os políticos da mesma política. Temos que ter a força em conjunto de dizer não. De mudar !!
Não é ridículo dizer “ vou votar no meu partido, neste ou naquele líder politico”, se estes não defendem os que trabalham, mas sim o capital, os grandes ordenados, as grandes reformas ???!!! Sim, por que já foram colocados á prova e viu-se o resultado… Sempre as mesmas desculpas.
Devem ser julgados pelos tribunais civis e populares nas urnas.
Todos têm que provar de onde veio os muitos milhões que possuem… etc.
Tantas comissões, porque não existir uma para verificar a ostentação de riqueza?
Quem cabritos vende e cabras não tem …. ?????!!!!!
Continuar a apoiar esta gente, é ter uma certa responsabilidade no estado em que o País se encontra.
Se a negação em massa aparecer, os caminhos futuros terão que ser analisados.
Assim, enquanto o apoio popular se mantiver, o circo continua !!
O respeito deve ser recíproco!!
antonio casteleiro
==========Os Pobres ( I )
” … ó geração de vapor e de pó de pedra, macadamizai estradas, fazei
caminhos de ferro, construí passarolas de Ícaro, para andar a qual mais
depressa, essas horas contadas de uma vida toda material, massuda e grossa
como tendes feito esta que Deus nos deu tão diferente daquela que hoje
vivemos. Andai, ganha-pães, andai : reduzi tudo a cifras, todas as
considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei,
agiotai – No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana ? Que há mais
umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos,
aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso
condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à
infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta,
para produzir um rico ? [ … ] cada homem rico, abastado, custa centos de
infelizes, de miseráveis. ”
Almeida Garrett, in ” Viagens na Minha Terra“
( 1843 )