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A nossa odisseia continua…

5 Janeiro 2008 44.332 views Não Commentado

Antonio CasteleiroEm desaceleração próprio de fim de ano, assisti a um consagrado filme, talvez o maior no género da ficção cientifica de todos os tempos, 2001-UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO” de Stanley Kubrick , um cineasta cuja GENIALIDADE MARCOU ÉPOCA.

Como já pretendia mais uma vez aqui falar do tempo, sinto que a obra inspirou-me ao tema, sendo impressionante com o passar dos anos, as mesmas obras de arte mudam o diálogo connosco.

Parece que a cada novo tempo, quando voltamos à literatura, à pintura, à música, ao cinema, ao teatro, enfim a todos os tipos de expressão artística, descobrimos novas mensagens.

Na verdade a arte não muda…nós é que mudamos…mudamos o foco, mudamos o olhar.

Não sei se acontece com frequência com as pessoas, mas vejo que ultimamente um sentimento estranho me invade todo o fim de ano.

A festa é linda! Brinda o passado, o presente e o futuro!

Porém sinto algo estranho, como se uma parte de mim ficasse definitivamente para trás, e uma certa insegurança que misteriosamente está por vir.

E nesse contexto de vida terrena, tempo passa a nos ser fundamental! A cada pôr de sol, despede-se um dia que não volta mais.

Sabemos que a alvorada será infalível, mas não sabemos quais as cores da próxima manhã.

No   réveillon, familiares e amigos reúnem-se para o desejo uníssono de felicidade, é o que todos queremos, em última análise, que tudo nos corra bem, que as auroras nos tragam brilho e claridade, pois ser feliz é qualidade intrínseca da vida, posto que A vida, é um estado de graça! Julgo-a um pedaço de tempo que nos é ofertado ” a nosso favor “. O que fizermos dele…responderemos primeiramente a nós!

Mas o tempo é medida relativa. O que existe na verdade, é o infinito da eternidade, e somos nós a passar no absoluto de nós mesmos, no entanto, também poderemos ser eternidade na fenomenologia da energia espiritual.

Talvez apenas tenhamos o livre arbítrio para nos conduzir por alguns caminhos.
O filme de Stanley Kubrick hoje passou-me exatamente essa sensação.

Talvez o filme de ficção mais REAL que já vi, depois de ter caminhado um espaço pela vida.

No auge dos meus vinte anos jamais poderia descrever esta sensação que hoje a obra me despertou.

Estamos em viagem. Uma linda viagem pelo tempo, sem conhecermos a hora de partida e tão pouco a hora de chegada.

Também desconhecemos o destino, e não temos sequer controle sob a nave que operamos.

Dotados pela Providência, com o mistério da  inteligência Natural, e a bússola do “livre arbítrio”  somos capazes de criar uma inteligência artificial paralela, mas talvez não suficientemente inteligentes para controlá-la.

Refiro-me à passagem da máquina confrontando o Homem, qual uma criatura contra o seu  criador.

Talvez seja exatamente isso o que já ocorre no mundo de hoje…De toda sorte…estamos em contagem regressiva.

Só não sei lhes dizer se é contagem DA VIDA, OU CONTAGEM PARA A VIDA.

Estamos provavelmente em trânsito duma transição.

Partimos das mãos de Deus, e a Ele retornaremos depois duma linda e breve viagem, porque nosso tempo é  absolutamente nada, quando comparado aos mistérios do cosmo, e à eternidade dos tempos!

Enquanto isso, desfrutemos! Preparemos a nave e alcemos aos céus nossos mais nobres pedidos:

Que a viagem seja tranquila, através dum espaço aonde caibam todas as diferenças…que embelezam a nossa valiosa e breve existência.

Sob a leveza da valsa de Johann Strauss… Feliz Odisseia a todos!