O beijo!
Bem, acredito que uma das maiores transformações que o tempo opera, consiste em acelerar nossos questionamentos e ampliar o nosso olhar.
Mas tal facto, eu não saberia dizer se é pró ou contra o nosso entendimento.
Dizem que envelhecer é uma arte, e começo a concordar com essa assertiva, porque talvez o mais artístico seja realmente adaptarmo-nos à rápida “evolução” do tempo… e dos costumes.
Quero aqui reportar-me ao BEIJO.
Nós, seres humanos, temos uma tendência ao conservadorismo.
Embora nos esforcemos para acompanhar as transformações, eu considero quase impossível desligarmo-nos das nossas raízes sócio culturais, porque são partes integrantes da nossa precoce “constituição” enquanto seres inteligentes.
Se de facto os costumes mudam… e mudam demais, não é menos verdade que também mudamos, mas não tão rapidamente!
O beijo por exemplo.
Não estou aqui falando apenas do beijo “social’, daquele ato mecânico que faz parte das nossas saudações interpessoais.
Reporto-me ao ato sensual e íntimo que coroa nossas relações de apaixonamento, ou as de amor.
Perceberam como o beijo se banalizou na corrida evolução dos anos?
Talvez alguém mais jovem que me lê, não consiga alcançar minha sensação, mas não estou a criticar, apenas estou a lamentar.
O beijo é algo sagrado dentro das relações Humanas.
Funciona como um termómetro dos sentimentos, muda de gosto e significado quando há envolvimento verdadeiro, e muitas vezes selam as relações para algo mais duradouro.
É um ritual de doação, de intimidade… de grande significado.
Mas isso…é a minha opinião, tão-somente. Porque “aprendi” a senti-lo de tal forma.
Lembro-me que certa vez levei um susto quando ouvi dizer que existem “baladas” de beijos… concursos de beijos… acho que era isso…
Mas como seria? fiquei imaginando…
Quando se tem filhos integrantes das novas gerações, é impossível não se preocupar.
Foi aí que parei para pensar: Qual seria o significado do beijo para a atual geração? É brinquedo? É diversão? É…? É …?
Bom… deve ser tudo aquilo que eu sinceramente não consigo entender…
Sinto que o beijo se banalizou, e pior que isso… perdeu o sabor.
É uma pena!
Talvez ainda haja tempo de resgatá-lo no seu verdadeiro significado.
Mas, deixemos essa difícil tarefa para o amor…
Enquanto isso, até eu já aconselho…
-Beijar? Claro que sim! E muuuuuuuuuito! Mas com qualidade e com sentimento!
Afinal… por mais que nos pareça difícil, a tal da “evolução’ … sempre nos é possível…