O Meco (ainda) é o que era !
O que é bom é difícil de esconder, por isso já imensa gente descobriu o Meco… Ainda assim, a aldeia conserva os encantos que lhe emprestaram a fama, e o proveito, de ser um dos locais de veraneio mais alternativos do país.
“Pacifistas, sonhadores, nudistas, naturistas e amantes da natureza. Pessoas ligadas às artes, à moda ou ao design. Gente que na cidade parecia ter uma boa vida, mas que partiu para uma pequena aldeia à procura de uma vida boa. Ao encontro da paz, do sol, de puras praias e fresco peixe. Foram pessoas como estas e como outras que, a partir do princípio dos anos 80, começaram a dar ao Meco uma aura cool. As características eram ímpares: situava-se perto de Lisboa, mas não demasiado perto, a cerca de 40 minutos, e tinha falésias e praias de difícil acesso e beleza rara, escondidas por entre dunas repletas de vegetação. Um verdadeiro antidepressivo ou estimulante natural.”
O tempo passou, a mensagem espalhou-se e algo mudou. Ligeiramente. O cenário idílico continua lá, só que com mais pessoas, especialmente aos fins-de-semana. Gente para todos os feitios e feitios que nada têm que ver com o espírito do Meco, queixam-se os mais indefectíveis. Haverá aqui alguma verdade, por isso é durante a semana que a aldeia se apresenta na sua serena plenitude.
Aldeia de sonhadores, ao contrário das cidades, onde poucas caras se fixam, as terras pequenas têm um nome, um apelido e várias histórias por cada pessoa.
Nomes, pessoas, caras que não são da terra, mas que se deram a ela e dela usufruem, contribuindo para que os visitantes tenham uma oferta mais ampla e, talvez, mais requintada. O que não quer dizer que sem eles o Meco tivesse ficado parado no tempo. Antes dão-lhe uma alma diferente e é, aliás, esta conjugação entre os forasteiros empreendedores com alma zen e os habitantes locais que empresta à aldeia uma aura especial
Este era por natureza um sítio de pescadores, de gente que procurava no mar o sustento que faltava em terra. Também neste campo diversas coisas mudaram e a actividade quase desapareceu. Mas não se extinguiu. O passado continua bem presente e pode transformar-se num momento de rara beleza.
É habitual ver caras famosas por aqui, mas o Meco conserva uma característica pouco comum: quem quiser ver e ser visto, tem aqui o cenário ideal, mas quem não quiser ser incomodado também… Basta fugir da praia “principal” – Praia do Moinho de Baixo –, caminhar pela areia, ou meter-se por entre os trilhos e ir em direcção a recantos bem menos frequentadas, onde tudo pode ser encontrado como veio ao mundo. Inclusive as pessoas.
É fácil lá chegar, a partir de Lisboa tome a A2 em direcção a sul. Poucos quilómetros depois de ter passado a Ponte 25 de Abril saia para Sesimbra/Azeitão. Siga pela nacional, passe por Alfarim e, depois, verá indicações para o Meco, a 40 km.