Home » Editorial

A realidade “irreal” das redes sociais !? reconhecimento !?

18 Junho 2016 102.379 views Não Commentado

Antonio CasteleiroA realidade “irreal” das redes sociais !? reconhecimento !?

Alguns, bastantes, amigos “virtuais” das redes sociais, publicam | partilham diariamente ou com muita frequência:

(…) ir para a escola | trabalho
(…) ir ao shopping. Foto no Instagram.
(…) comer com os amigos. Status compartilhado no Facebook.
(…) fotos de família.
(…) …| …| …| e assim por diante…

Reparamos que a vida dessas e de diferentes pessoas em seu redor estão mais acessíveis e romperam os limites entre o que é pessoal e público. O que mais assusta não é o fato dessa exposição exacerbada da vida dessas pessoas estar cada vez mais disseminada, mas o fato de isso ser uma escolha, isso sim assusta.

Essa necessidade de reconhecimento e atenção de desconhecidos tornou-se o objetivo de vida de muitas pessoas, que têm necessidade do que vivem e fazem, ter uma validação das “estatísticas” publicas das redes sociais.

Pois, parece, não valer de nada serem felizes, amar, viajar, dançar se não for compartilhado com os outros. É como se fosse um desencantamento da própria vida, do mundo e de suas coisas.

As pessoas estão vivendo um momento de carência afetiva coletiva em que “ao ver os muitos amigos virtuais”, lhes é dado a pensar que estão rodeados de amigos disponíveis, que estão acessíveis com um mínimo de esforço na busca e de dificuldade, para obterem atenção dos mesmos.

Um olhar perscrutador, avaliador e validativo “dessas pessoas” acerca do estado emocional, do sucesso e bem-estar, leva à conclusão (que a grande maioria) de que não está convencida internamente daquilo que é e do que sente. Existe uma fragilidade em tudo isto. Na realidade estas questões já existiam, a Internet | Redes sociais foi apenas a ferramenta aliciadora para a eclosão dos conteúdos que presenciamos dia a dia.

O resultado é que as necessidades humanas de afeto são cada vez mais atiradas em um real vazio, em que o feedback é alimentado por um circuito neurótico que imagina o afeto, ao invés tê-lo de fato para o sentir”,

O perfil | a vivência do ” amigo virtual” sempre é mais verde !?

Será !? A realidade exposta nas redes sociais também configura a nossa autoimagem, o que pensamos de nossas próprias realidades. Isso pode ser depressivo e angustiante já que a vida dos outros sempre parece ser melhor que a nossa. Mas será que as pessoas têm uma vida tão perfeita tal como é compartilhada nas redes sociais? ou é apenas uma falsa edição de suas próprias vidas? Mas… até que ponto podemos satisfazer-nos reinventando muitas vezes na irrealidade?

Construção da “falsa” realidade perfeita.

A autoimagem das pessoas fica pautada sempre pelo “melhor do outro”, como medidor comparativo próprio de seu valor como pessoa, entre aqueles que ostentam viagens, namoros e condições e os que não postam, mas acompanham atentamente tudo que é postado. Os primeiros estão apenas escolhendo como querem ser vistos por outrem, e os últimos estão se espelhando em um modelo irreal e disfuncional de felicidade…

O intuito deste post não é ditar o que é certo ou errado para se postar nas redes sociais, a liberdade de expressão é um direito e ainda é nosso maior trunfo.