Greve Geral em Portugal – 11 de Dezembro de 2025

A greve geral que ocorreu em Portugal no dia 11 de dezembro de 2025 foi um evento significativo que despertou reações divergentes entre os sindicatos e o governo. As centrais sindicais CGTP e UGT informaram que a adesão foi superior a 80%, argumentando que foi uma das maiores manifestações de descontentamento da última década. Por outro lado, o governo e associações patronais alegaram, em pronunciamentos televisivos, que a participação ficou abaixo de 10%, considerando a paralisação como inexpressiva.
Os responsáveis da CGTP afirmaram que mais de três milhões de trabalhadores participaram na greve, afirmando que o impacto foi fortemente sentido em vários setores, como saúde, educação e transportes. Eles caracterizaram o dia como uma “grande, grande greve”, um reflexo de uma mobilização significativa contra o pacote de revisão da legislação laboral proposto pelo governo. Em contraste, a avaliação do governo minimizou a importância da paralisação, sugerindo que apenas uma minoria dos trabalhadores se envolveu no ato.
A Realidade nas RuasA cobertura televisiva mostrou um cenário diferente, evidenciando a grande adesão à greve em várias cidades. O movimento não se limitou apenas à simbolização, mas se refletiu nas ruas, com empresas fechadas e serviços essenciais paralisados. Isso levou muitos a questionar as afirmações do governo. A discrepância entre os relatos dos sindicatos e os do governo levanta questões pertinentes sobre a veracidade das informações e a responsabilidade de quem as divulga.
Questões de Responsabilidade e Credibilidade FuturasÉ razoável perguntar: são irresponsáveis aqueles que negam a realidade observada por milhares de portugueses? Muitas pessoas, incluindo trabalhadores que desejavam participar de suas atividades profissionais, relataram dificuldades em chegar ao trabalho devido à paralisação dos transportes públicos. Esse fenômeno evidencia o impacto que uma greve pode ter sobre aqueles que, apesar de não apoiarem a causa, enfrentam as consequências diretas da ação coletiva dos trabalhadores.
Quando os líderes políticos, em suas declarações, subestimam ou ignoram a realidade vivenciada nas ruas, não apenas comprometem a confiança pública, mas também plantam as sementes da desconfiança nas próximas eleições. O eleitorado é inteligente e atento; a capacidade de um governo de ouvir e entender suas preocupações é fundamental para construir um relacionamento de confiança. Ao desconsiderar o descontentamento expressado pela população, aqueles que optam por ignorar a verdade podem enfrentar um sério retrocesso em sua credibilidade. A falta de transparência em relação às realidades sociais pode resultar em um afastamento ainda maior entre governantes e governados, o que pode ser refletido nas urnas.
Penalização nas UrnasDiante desse cenário, não deveriam os responsáveis por desinformação ou pela minimização de eventos significativos ser penalizados nas próximas eleições? É fundamental que os cidadãos tenham acesso a informações precisas e representativas da realidade. A falta de transparência e a manipulação de dados para benefício político não apenas deslegitimizam o processo democrático, mas também podem resultar em consequências adversas para a sociedade como um todo.
À medida que os cidadãos se preparam para as próximas eleições, é essencial refletir sobre a responsabilidade dos líderes políticos e a necessidade de um diálogo aberto e honesto sobre as preocupações da população. A greve geral em Portugal não foi apenas um evento trabalhista, mas um espelho de descontentamento social, onde a voz dos trabalhadores clamou por atenção e respeito às suas exigências dignas. A maneira como as lideranças reagem a esses acontecimentos pode muito bem determinar não só o seu futuro, mas também o futuro da democracia em Portugal.
A Importância da União e do DiálogoAlém da questão da credibilidade, a greve geral de ontem simboliza a força da união entre trabalhadores. Em tempos de incerteza econômica e mudanças nas legislações laborais, a solidariedade entre os diferentes setores e categorias profissionais é essencial. A mobilização coletiva é um instrumento poderoso para reivindicar não apenas direitos, mas também para estabelecer um canal eficaz de comunicação com o governo.
Essa união deve ser acompanhada por um diálogo construtivo que envolva todos os atores sociais. Em vez de ignorar ou deslegitimar o descontentamento, os líderes políticos devem estar abertos a ouvir as preocupações da população e a trabalhar em parceria para encontrar soluções viáveis. Só assim se conseguirá restaurar a confiança e o respeito mútuo entre governantes e cidadãos, fundamentais para a saúde da democracia.
(António Casteleiro)
” Aceito os ignorantes ! Não aceito os que ignoram a própria ignorância. ” (António Casteleiro)












