Sabemos da vida tanto quanto sabemos da morte. Não nos ensinaram nas escolas sobre dores, falências, desenganos, saudade e desencontros. Somos um bando de despreparados para o enfrentamento dos labirintos da vida.
O resultado é quando entramos na sociedade pós-moderna nos confrontamos diariamente com o predomínio de inúmeros valores fúteis. As pessoas passaram a valer por aquilo que representam, e não por aquilo que são.
Quando se chega a casa de autocarro, vale X. Se chega num Mercedes, vale Y.
Os shoppings centers substituíram as catedrais. Hoje são os templos do consumo que …
Guerra Junqueiro 1896.
Um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros …
Cristo não era religioso. Temos por dizer que ele era um sacerdote leigo. Jesus não fazia parte da tribo de Levita. Portanto, não era levita, mas sim descendente da tribo de Judá.
Talvez por isso não me espante o facto de tão poucas vezes os evangelhos relatarem Ele no templo. Pelo contrário, Jesus encontrava-se quase sempre nas praias, nos montes, nas festas, nas ruas, nos poços, entre pescadores, marceneiros, lavradores, pecadores, prostitutas, leprosos e excluídos em geral.
Tenho por certo que cristianismo não é religiosidade. Religiosidade é o conjunto de normas, rituais …
A tragédia no Haiti, cujas imagens nos são mostradas pela TV chocam o mais “profundo âmago” da nossa alma, me reportando ao seguinte questionamento: se não temos o poder de evitarmos as fatídicas convulsões da Terra, na acomodação das suas placas tectónicas, será que não teríamos, ao menos, o poder de evitarmos que um povo, seja ele qual for, – de qualquer parte do mundo! – chegasse à tremenda precariedade social, essa, que se deflagra aos nossos olhos amplificada depois da tragédia do Haiti?
Quantas comunidades pelo mundo vivem assim?
O que de facto, “os …